Agora

E agora?

Depois de tanto tempo, tantos anos, tanta fumaça.
Você não tem o direito de bater na minha porta AGORA.
Não AGORA. AGORA que eu varri a poeira, troquei a decoração. Mudei de opinião. Não, AGORA não.
Eu tenho direito de fazer o que quero e ser como sou. Não vem me infernizar. Não vem. Fica longe,  por favor. Faz pelo menos alguma coisa boa pra mim. Vai embora. Vai ser feliz bem longe daqui. Bem longe de mim. Bem longe do meu cemitério de memórias.

É sempre a mesma música. Quando acaba, nunca termina.

-
E agora...

Eu realmente achei que você fosse me esperar pra sempre.
Todos acharam.
Você também.
Mas seu espírito não.
Eu devia ter visto o que estava bem em frente aos meu olhos, mas não vi.
Eu devia ter acordado, mas não acordei.
Eu paguei tudo o que devia, por ter o que não devia.

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Agora.

E eu troquei de barco.
Resolvi ir atrás de um lugar só. O que estiver no meio do caminho é extra. Caso o contrário vou me afogar nessa água de sensações mundanas e imediatas. Desse universo supérfluo e previsível que é onde é mais fácil de ficar. Onde é mais fácil passar em branco, mais fácil rir, mais fácil ignorar.
Eles dizem tanto pra mim. Dizem de tudo. O problema é que não quero esses dizeres.
Quero o esboço de todos eles, mas não posso dar meu rabisco a nenhum agora.
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Agora!
Resolvi nada.
Resolvi que ninguém manda em nada, ninguém decide nada. Não existe absolvição nem condenação. Não existe o absoluto.
Existe agora eu, minha liberdade e tudo o que decidi fazer com ela. Ir embora ou ficar, foram opções que ela me deu. E ela que vai me ajudar a continuar tendo felicidade orgulhosa de ser o que quero. É ela que me faz levantar e escolher o que quero, seja o que for. Então é ela que vai me fazer ficar de pé, como tem feito por tantos e tantos anos. É agora, eu e minha Liberdade.

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