Era uma vez...

Era um vez uma princesa em um reino, há muito tempo atrás. Tempo o bastante para ser distante mas não o suficiente pra ser esquecido.
Esta princesa um dia se apaixonou por um cavaleiro. O cavaleiro era guerreiro do Rei e da Igreja e também se apaixonou por ela. Eles iam se casar. Mas acontece que um conde do mesmo reino também se apaixonou pela princesa. Amava-a profundamente e quis também se casar com ela. Ele tinha mais posses que o cavaleiro e mais prestígio com a corte, pediu a mão da donzela a seu pai, o Rei, que desfez o combinado com o cavaleiro e passou a mão da princesa à ele.
A princesa brigou com seu pai pois ele queria obrigá-la a casar-se com alguém a quem ela não amava, seu pai riu-lhe e disse que um homem com mais posses a daria anos muito melhores que um cavaleiro.
Ainda assim a princesa resolveu correr um grande risco e entregou-se ao amor junto a seu cavaleiro. Passaram a noite juntos. O bispo do reino ao desconfiar do comportamento da moça tratou de enviar o cavaleiro a uma missão da Igreja no Oriente, para onde todos sabiam, o destino era mais que incerto. O cavaleiro não tinha outra opção se não ir embora ou ser açoitado em praça pública. Ele procurou por sua princesa, a quem chamava de sua bela, e se despediu dizendo o quanto a amava. A bela princesa desfez-se em lágrimas e tristeza com a partida do cavaleiro. Todas as tardes olhava por horas a fio para o horizonte esperando por uma volta que sentia que nunca iria acontecer, contando ao vento e ao sol que o cavaleiro havia levado um pedaço de sua alma. O pai da moça preocupado com o falatório do povo tratou logo de apressar o matrimônio dela com o conde. Casaram-se.
O conde era um homem muito doce, tratava-a como rainha. Melhores palavras, maiores carinhos. Mas o coração da princesa tratava-lhe com leve desprezo e profunda tristeza, pois estava cega de paixão que a seus olhos apenas um homem a iria completar. O fruto da noite com o cavaleiro começou a brotar em seu ventre. Com o nascimento da criança que era muitíssimo parecido com o cavaleiro,  a princesa foi entristecendo cada vez mais. O conde acolhera a criança como seu filho e isso fez a princesa vê-lo com melhores olhos, mas não o suficiente para amá-lo como homem.
Quando seu belo filho completou sete anos, a princesa disse adeus a este mundo. Foi-se de tristeza. Sua alma vagando no alento procurou pelo espírito de seu cavaleiro e o encontrou no Oriente, um homem mais velho e marcado pelo horror da guerra como ela nunca vira. Refugiou-se em uma mulher que carregava também um ventre, uma dançarina do Oriente. A princesa renasceu por este ventre e tornou-se desta vez dançarina. Usava um conjunto azul turquesa, quando ao alto de seus catorze anos encontrou o cavaleiro pelo qual sua alma chamava novamente . Apaixonou-se por ele, que por sua vez se sentiu atraído por ela inexplicavelmente.
Ele já tinha envolvido-se com uma cigana de um povoado, mas não conseguiu voltar para sua cigana, amava-a mas precisava ficar com a dançarina de olhos de safira, como uma amada que usava um vestido de veludo vinho, mas possuía os mesmos olhos de safira, que tinha tido há muitos anos numa vida em uma terra distante.Tomou a jovem como sua e passaram juntos dois anos, quando o cavaleiro morreu por doença, acamado. A jovem dançarina também morreu aos dezesseis anos, alguns meses após a morte de seu amado.

Já ouviu essa história?
Qualquer semelhança ou parcial ou característica física é pura realidade ou coincidência.



Comentários