Sim, essa sou eu.

Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Renato Rocha

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso,
Só que agora é diferente:
Estou tão tranqüilo e tão contente.
Quantas chances desperdicei,
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém?!...
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira,
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito;
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos!
Sei que, às vezes, uso
Palavras repetidas,
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você.


-

Às vezes eu sou solitária, outras vezes sou lotada.
Às vezes sou pela metade, porque não consigo ser inteira, e me lamento por isso.
Às vezes eu lamento demais.
Às vezes sou inteira, mas queria ser só um pedaço.
Às vezes sou amada, e queria tanto amar.
Às vezes amo demais, e tento não amar.
Às vezes me importo demais, e tento tanto me esquecer.
Às vezes ignoro meus problemas, pra lembrar de minha vida.
Às vezes sinto que perdi tudo que um dia pensei ser meu, aí então descubro que nada é de ninguém.
Às vezes preciso de alguém que não conheço ao meu lado, mas é alguém que espero reconhecer um dia desses, numa esquina dessas.
Às vezes acho que encontrei, mas me basto com esperanças de estar errada, porque se estiver certa, o que encontrei, já perdi.
Às vezes penso que é pra sempre, mas então me lembro que a eternidade é grande demais pra mim.
Às vezes tento, erro e me orgulho de ter tentado, mas me odeio por ter fracassado.
Às vezes deixo meu orgulho idiota ser maior que eu, e transformo possibilidades em pedras na consciência.
Às vezes falo demais, mas acho melhor do que falar de menos, ainda não encontrei o lugar que me faz andar pelo meio.
É que às vezes me esqueço da diferença entre meio e metade.
Às vezes me lembro demais, de coisas que já deveriam ser só um pedaço de um passado.
Porque tem dias, que parecem durar um milênio, dias com instantes intocáveis na memória.
Às vezes eu quero mais do que tenho, mais do que posso ter.
Deveria me bastar com o hoje. Mas às vezes sinto que esta além do meu controle, comandar algumas coisas que moram dentro de mim.



Já faz algum tempo que uma insatisfação me persegue. Essa insatisfação nasceu no dia em que eu perdi, a satisfação que encontrei quando te conheci.
Pra resolver o que posso, pra continuar caminhando tento matar um amor, um amor que me deu a dor, dor que virou a pedra que eu quebro todos os dias, mas que insiste em resistir. Ela diminui, ela aumenta, ela contraria as leis da física.Ela resiste a vidas, distância,desespero e guerras. No muito e no pouco tempo. Ela ainda existe depois da morte.



Uma morte que eu carrego há mais tempo do que me lembro de existir. Não sei se quero que você traga de volta o levou quando se foi, o se tenho quero aprender a viver com a ausência dessa parte que você levou, matando as memórias de um destino e meio, quase dois. Só dessa vez erguer a cabeça pra engolir o mundo e continuar até o peso se tornar leve demais, se tornar morto e poder ser abandonado, porque os vivos retornam sempre, então tenho que esperar que morra. 



                                                  
Ou só dessa vez respirar e mergulhar num universo que possui inconsistências demais pra minha mente, mas ainda assim tentar outra vez ao lado das pedras, com a esperança de que aquilo que as gerou seja capaz também de matá-las, para que eu possa viver sem tal peso.



 Eu nunca vi esses homens nessa minha vida, então por favor alguém me diga, como diabos um deles me assombra tanto, enquanto o outro me dá esperanças de felicidade, nem que ela seja de uma morada distante?





- Eu prefiro esse dia, meia hora, três minutos de felicidade e agora, mesmo que o depois seja um inferno. Prefiro isso, a pensar em talvez e ser atormentada por ele pra sempre.
-Eu procuro caminhar pelo equilíbrio, pelo caminho do meio. Isso. Você. É demais pra mim, me desculpe.
-Se um dia eu voltar, não vou conseguir querer só a sua amizade.
-Você não esqueceria.
-Quem disse que eu vou esquecer?
-Hora de isso acabar. Antes que nos tornemos fantasmas um para o outro.
-Boa sorte.
-Não quero ela, quero você. Agora. Nossa história.
-Não vou conseguir ficar sem você. Sem pelo menos uma notícia.
- Não podemos mais continuar com isso. Se um dia você voltar, eu vou estar aqui.
-Antes que nos tornemos fantasmas um para o outro.
Já era tarde demais, pelo menos pra mim. Pessoa certa, tempo errado? Tudo errado? Sem respostas, como sempre.




As lágrimas deixaram de se tornar diárias, depois deixaram de se tornar abrigo, hoje elas são apenas velhas conhecidas.
Se isso é o fim, onde fica o começo?



"Vivemos em um universo determinista, mas cada um dos habitantes desse mundo possui o livre-arbítrio."

Me desculpem a todos vocês que me assistem querer um mundo que hoje, ainda não é meu. A todos vocês que me assistem levantar todos os dias, bradar encantamentos pra continuar, e palavras soltas pra sobreviver. Desculpas a todos vocês. Quanto aos meus pensamentos eu não tenho controle, mas minhas palavras e meus atos, eles sim vão me levar para um caminho onde o mundo inteiro é meu, pelo menos o mundo que eu quero, ele fica no fim desse meu caminho.













Comentários

  1. Adorei a música do Renato Russo!
    É a Minha favorita!!
    Você escreve muito bem.

    curti!!

    =D

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