A verdade

Quis vir aqui pra dizer que essa saudade me aperta mais que qualquer lembrança do que não foi.

Vamos ter a paciência estimada. Agora que o tempo corre de maneira mais amiga.
Vamos evitar os nós que a garganta nos traz. Vamos viver a expriência que a idade nos dá, com a devida sabedoria de pessoas inexperientes.
Vamos sorrir afim de acreditar.
Vamos provar que ainda é possível, que somos como uma assíndota, sempre em busca, com o limite infinito.

Lá estarei eu. Onde estará você?

Vamos todos juntos caminhar na beira do barranco, que com a idade se torna abismo, enquanto nossos pés se tornam-se mais leves ou mais firmes, não importa realmente.
Importa pra onde vamos, e como chegamos. Importa quem nos leva ou se caminhamos com a solidão -  ás vezes é a melhor companhia.  A solidão que traz o reflexo do ser no espelho mais puro dos caminhos cruzados, nas visões interpretadas, nos sentimentos de ausência caminhamos. Na nostalgia das almas, no balanço dos corpos. Num limite infindável, no ritmo de um saber desconhecido em busca do alcance real da maravilha jamais dita. Pois as grandes maravilhas se sentem não se explicam.
É sintetizar com olhar, não com palavras. Respirar o amanhecer expirar a noite. Encontrar o infinito nos olhos alheios, E descobrir que os olhos alheios tratam-se dos próprio olhos mirados num espelho, durante um reflexo que perdura a anos a fio, sem justificativa, a inércia de nossas mentes nos permite quedas injustificadas com nossa justiça parcial. Nela observamos a verdade. Onde a mente julgada é a própria juíza. Trilhamos um espaço do mais puro descaso com as leis. Tornamos o possível passível de realidade. Encontramos o melhor de nós quando perdemos nossas bengalas. Aprendemos a aparar arestas de casos mal feitos de uma vida em que sentido é apenas uma palavra ausente da realidade.
Até o ponto em que nossa realidade mude, a mudança era sonho...
Quem disse que no mais impossível dos sonhos não pode haver a verdade?
A morada distante do real esta em encontar a verdadeira posse de sonhos. Sonhos moram em um universo pronto pra crescer, mas nossas realidades buscam uma dimensão em que o  prefirido é sonhar, não faze-los nascer. É onde caímos no abismo. Quando a passividade nos limita. Quando somos apáticos conosco e deixamos morrer cada um destes sonhos - pelo puro medo da realidade distinta e de novos sonhos impossíveis. 
A maior parte se vive não se conta. Ao menos é como deveria ser.

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